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por Aline Neri - 09/07/2025 às 12:02
Preservar rins destinados a transplantes é um desafio enfrentado por hospitais e sistemas de saúde em todo o mundo. No entanto, pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) desenvolveram um método inovador, acessível e eficaz que promete mudar essa realidade: uma solução à base de água de coco desidratada.
A invenção, criada pelo Núcleo Integrado de Biotecnologia (NIB) da Faculdade de Veterinária da Uece (Favet), garantiu à universidade sua sexta patente, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O uso da água de coco desidratada foi escolhido devido ao histórico positivo na preservação de outros tecidos. “Embora já tenha sido testada para preservação de células e tecidos, essa é a primeira vez que a água de coco é aplicada especificamente à preservação de rins, o que torna nossa pesquisa inédita”, explica o médico Rômulo Augusto.
De acordo com o pesquisador, o processo pode ser adaptado para preservar outros órgãos sólidos, como fígado ou vasos sanguíneos, e pesquisas adicionais vão ser necessárias para descobrir a possibilidade.
O foco da pesquisa foi reduzir os custos e melhorar os recursos disponíveis no país, para possibilitar a realização de mais transplantes, segundo a médica-cirurgiã e professora da Uece, Ivelise Canito.
“Essa é a fase inicial de uma pesquisa que já demonstra a qualidade e a eficiência dessa solução para a preservação de órgãos de mamíferos. Na sequência, o produto deverá passar por outras etapas de desenvolvimento, com o objetivo de, futuramente, ser aplicado em seres humanos”, explica a professora.
A médica destaca também os benefícios financeiros, pois em relação ao custo atual, a economia seria de 70%. “Considerando as variações climáticas e logísticas do Brasil, isso representa não apenas redução de custos, mas maior viabilidade de distribuição e uso. Ao facilitar a logística, também otimizamos processos como a captação, preservação e alocação dos órgãos”
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